Você sabe quais são as tecnologias que estão por trás da separação das siamesas Allana e Mariah, de 1 ano e 10 meses, de Ribeirão Preto, São Paulo? As meninas nasceram unidas pela cabeça e foram acompanhadas de perto pelo Hospital das Clínicas. Óculos de realidade virtual e interação pelo metaverso fazem parte do processo. Entenda!
O caso das siamesas
Quando a mãe das gêmeas descobriu, na gestação, que se tratava de siamesas unidas pela cabeça, chegou a desanimar e pensou em desistir da gravidez. Isso porque a anomalia é muito rara, com registros de um caso no mundo a cada dois milhões de nascimentos.
Porém, confiante dos avanços tecnológicos, a mãe seguiu com a gestação, acompanhada por especialistas do Hospital das Clínicas. Todo o processo foi baseado em exames clínicos, laboratoriais e de imagem de ressonância magnética e tomografia computadorizada integrados em sistema de realidade virtual.
A segunda cirurgia das meninas, entre as quatro previstas, ocorreu no fim do ano passado e contou com mais de 40 profissionais da saúde.
Tecnologias usadas
Uma das tecnologias empregadas no caso das meninas foi o metaverso, realidade aumentada onde é possível vivenciar simulações virtuais. Com isso, foi possível contar com especialistas de outras cidades.
Outra tecnologia usada foi o neuronavegador, um equipamento que auxilia o médico a localizar estruturas do crânio como se fosse um “GPS”. Trata-se de uma neuronavegação baseada em imagens de ressonância magnética, obtidas em um único plano. Com ela, os cirurgiões podem, antes do procedimento, transpor o que foi planejado com a realidade virtual para o campo operatório, o que diminui o risco.
Além disso, os médicos também fizeram uso de figuras tridimensionais. Na verdade, a utilização de impressoras 3D tem sido essencial para a obtenção de figuras que remetam aos crânios das gêmeas. O modelo cerâmico, por exemplo, mostra a área em que os médicos precisam atuar e oferece detalhes das pequenas veias, o que permite entender o que acontece dentro do crânio.
Somando-se a isso, os especialistas têm pensado em utilizar células-tronco para a reconstrução dos crânios das gêmeas, procedimento conhecido como cranioplastia. Na técnica, a cabeça de uma criança é coberta pelo pedaço de pele doado pela outra. O intuito é melhorar a qualidade do procedimento com as células-tronco.
As próximas cirurgias devem ocorrer ainda neste ano!