A acromegalia é uma doença rara e crônica causada pelo excesso de produção do hormônio do crescimento (GH) na idade adulta. Esse desequilíbrio hormonal resulta em um crescimento anormal de diversas partes do corpo, como mãos, pés, nariz e mandíbula, podendo levar a complicações graves se não for tratado adequadamente.

O que causa a acromegalia?

A principal causa da acromegalia é um tumor benigno na glândula pituitária, também chamada de hipófise. Esse tumor, conhecido como adenoma hipofisário, faz com que a hipófise produza quantidades excessivas de GH. Em raros casos, a acromegalia pode ser causada por tumores em outras regiões do corpo, como pulmão e pâncreas, que também produzem GH ou IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina, que potencializa os efeitos do GH).

Sintomas da acromegalia

Os sintomas da acromegalia se desenvolvem lentamente ao longo dos anos, tornando o diagnóstico um desafio. Algumas das manifestações mais comuns incluem:

✔ Aumento do tamanho das mãos e pés – Pacientes percebem dificuldade em usar anéis, luvas ou calçados antigos. 

✔ Crescimento anormal da face – O nariz, mandíbula, lábios e língua tornam-se maiores. 

✔ Mudança na mordida e espaçamento dos dentes – O crescimento da mandíbula pode causar desalinhamento dos dentes. 

✔ Espessamento da pele – A pele pode se tornar mais oleosa e grossa. 

✔ Suor excessivo e odor corporal alterado – Aumento na atividade das glândulas sudoríparas. 

✔ Cefaleias e distúrbios visuais – Tumores maiores podem pressionar estruturas cerebrais vizinhas. 

✔ Fadiga e fraqueza muscular – O desequilíbrio hormonal pode afetar a energia e o desempenho físico. 

✔ Ronco e apneia do sono – Aumento das estruturas da garganta pode dificultar a respiração noturna.

 

Complicações da acromegalia

Se não for tratada, a acromegalia pode levar a diversas complicações, como:

🔴 Hipertensão arterial – Ocorre devido ao aumento da retenção de líquidos e alterações cardiovasculares. 

🔴 Diabetes tipo 2 – O excesso de GH pode afetar a resposta à insulina, levando à hiperglicemia. 

🔴 Doenças cardiovasculares – O aumento do coração (cardiomegalia) e alterações nos vasos sanguíneos elevam o risco de doenças cardíacas. 

🔴 Problemas articulares – A artrite e a dor nas articulações são comuns devido ao crescimento excessivo dos ossos e cartilagens. 

🔴 Risco aumentado de tumores – Alguns estudos sugerem uma associação entre a acromegalia e o risco aumentado de câncer colorretal.

Diagnóstico da acromegalia

O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações graves. Para confirmar a presença da acromegalia, são realizados exames como:

  • Dosagem do IGF-1 e GH – O IGF-1 é um marcador confiável da atividade do GH no organismo. 
  • Teste de supressão do GH com glicose – Pacientes com acromegalia não apresentam redução dos níveis de GH após ingestão de glicose. 
  • Ressonância magnética da hipófise – Permite visualizar a presença de adenomas hipofisários.

Tratamento da acromegalia

O tratamento depende do tamanho do tumor, dos níveis hormonais e das condições clínicas do paciente. As principais opções incluem:

  • Cirurgia transesfenoidal – Procedimento minimamente invasivo que remove o tumor da hipófise através do nariz. É a primeira opção para muitos pacientes. 🔹 Medicação – Para casos em que a cirurgia não é eficaz ou possível:
  • Análogos da somatostatina (octreotida, lanreotida) – Reduzem a produção de GH.
  • Agonistas da dopamina (cabergolina, bromocriptina) – Podem ser eficazes em alguns casos.
  • Antagonistas do GH (pegvisomanto) – Bloqueiam a ação do GH no organismo. 🔹 Radioterapia – Utilizada quando cirurgia e medicamentos não controlam a doença. Atua reduzindo lentamente a produção do GH.

Em síntese, a acromegalia é uma doença rara, mas com grande impacto na qualidade de vida. O reconhecimento precoce dos sintomas e a busca por tratamento especializado são fundamentais para evitar complicações graves.

Se você ou alguém próximo apresenta sinais sugestivos de acromegalia, procure um endocrinologista para investigação e acompanhamento adequado.