Tumor Cerebral

Tumor é o crescimento anormal de células e pode ser benigno ou maligno. Esse tipo de neoplasia é mais comum em homens do que em mulheres, exceto o meningioma que acomete mais o sexo feminino.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no triênio 2020/2022, serão diagnosticados cerca de 11.100 novos casos de tumores cerebrais/sistema nervoso central, no Brasil.

Os tumores cerebrais podem surgir em qualquer idade. Os benignos, geralmente, têm crescimento lento e podem demorar anos até apresentar os sintomas. Já os malignos, costumam crescer de forma mais rápida.

Outro tipo de classificação importante é se o tumor é primário ou secundário.

Tumores primários

Os primários são aqueles que se originam no próprio cérebro, podem ser malignos ou benignos. Entre os tipos de tumores primários mais comuns temos os glioblastomas, meduloblastomas, meningiomas e neurinomas do acústico.

Tumores secundários

Já os secundários, são aqueles que chamamos de metástases, pois surgiram em outros órgãos e migraram para o cérebro. Neste caso, são sempre malignos. O índice de ocorrência deles é maior do que os primários. Câncer de mama, pulmão, rim, melanoma e intestino são os que geralmente levam à metástase cerebral.

Sintomas

Sendo malignos ou não, os tumores cerebrais representam um potencial risco à vida do paciente devido ao local onde estão instalados. O cérebro está dentro de uma estrutura rígida, o crânio, com espaço bem limitado. Além disso, trata-se de uma estrutura altamente vascularizada e bastante sensível.  À medida que o tumor cresce pode afetar áreas importantes e desencadear sintomas que vão aumentando gradualmente ou aparecem de forma aguda.

Entre os sinais temos:

  • Fraqueza; Dores de cabeça;
  • Falta de equilíbrio;
  • Problemas com memória;
  • Comprometimento parcial ou total da visão;
  • Dificuldade com a linguagem;
  • Mudanças de personalidade;
  • Convulsões;
  • Coordenação motora alterada.

Os sintomas vão variar conforme localidade, tamanho e tipo de tumor.  Em casos mais avançados, pode provocar sangramentos, deterioração do tecido cerebral, aumentar a pressão intracraniana, acúmulo de líquido no cérebro e até comprometimento da circulação sanguínea da região.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito a partir de exames de imagem como ressonância magnética ou tomografia computadorizada. Nesses dois exames é utilizado uma substância de contraste para evidenciar a localização e tamanho do tumor.

Pode ser necessário ainda exames complementares como biópsias para determinar o tipo de neoplasia. Esse procedimento é feito através de um procedimento cirúrgico, minimamente invasivo, no qual recolhe uma amostra do tecido do tumor, que posteriormente é analisada em laboratório.

Tratamentos

O tipo de tratamento vai variar conforme o tipo e tamanho do tumor. Entre as abordagens terapêuticas temos: a ressecção com microcirurgia, a radiocirurgia e implantes cerebrais. Cada um deles podem ser usados separadamente ou combinados entre si para melhorar a eficácia.

Microcirurgia

A craniotomia é o procedimento mais tradicional. Nesta técnica o paciente tem o couro cabeludo raspado, o cirurgião faz uma incisão para expor o crânio, posteriormente retira uma parte do osso e finalmente acessa o tumor. A lesão é retirada com auxílio do microscópio cirúrgico, por isso chamamos o procedimento de microcirurgia.

Os microscópios cirúrgicos permitem visualizar o campo cirúrgico e os pequenos detalhes anatômicos das estruturas cerebrais para realizar a ressecção tumoral com alta precisão.

Outros instrumentos que usamos nestes cirurgias são o neuronavegador e o aspirador ultrassônico.

  • O neuronavegador funciona como um sistema de GPS (Global Positioning System), no qual qualquer instrumento cirúrgico pode ser anexado a uma antena e calibrado para informar ao neurocirurgião qual a posição do instrumento em relação às imagens de Ressonância Magnética e Tomografia.
  • O Aspirador Ultrassônico é um instrumento para remoções cirúrgicas precisas. Isto acontece porque o Aspirador Ultrassônico une a ação do aspirador cirúrgico com a potência do ultrassom. Desta forma, ele garante ao médico uma maior preservação dos tecidos saudáveis do paciente, além de possibilitar que os vasos e nervos próximos não sejam impactados com a ação.

Radiocirurgia

Radiocirurgia é uma forma de tratamento médico que utiliza radiações ionizantes, dirigidas por um sistema de coordenadas espaciais para atingir tumores, malignos ou benignos. Ela é mais utilizada nos casos de tumores pequenos, em que a microcirurgia é considerada de alto risco para o paciente. Essa técnica é considerada minimamente invasiva, pois não necessita de corte.

Implantes Cerebrais

Outra alternativa que pode ser utilizada são os implantes, principalmente no caso de tumores císticos, como alguns craniofaringiomas, em que não é possível a ressecção tumoral, é colocado um implante que libera drogas quimioterápicas dentro do tumor, para impedir seu crescimento.