Pesquisa e Projetos
Fluoresceína Sódica
Utilização da Fluoresceína Sódica na Ressecção Cirúrgica de Tumores Gliais Malignos e Caracterização de Biomarcadores Celulares e Moleculares na Avaliação da Recidiva da Doença: Inserção de Novas Tecnologias em Neuro-Oncologia.
Os tumores gliais de alto grau são muito complexos, altamente agressivos e invasivos. Apresentam uma grande heterogeneidade celular e molecular e alta taxa de recidiva e mortalidade. Apesar dos avanços nas terapias adjuvantes no tratamento dos gliomas malignos cerebrais, a cirurgia permanece sendo o principal pilar terapêutico. Um desafio nesses casos é a ressecção tumoral total devido à dificuldade de definição das margens do tumor no intraoperatório.
A utilização de fluorescência com microscópios modificados busca melhorar a identificação destes limites e com isso otimizar sua ressecção.
Outro fator importante na recidiva tumoral, além da ressecção, é a assinatura molecular da célula, pois está pode definir um padrão mais agressivo ou mais brando de multiplicação celular, bem como seu perfil de invasibilidade e heterogeneidade intratumoral.
Visto isto, o presente projeto tem como principais objetivos: 1) comparar o grau de ressecção de gliomas de alto grau entre grupo de pacientes submetidos a microcirurgia guiada por luz branca e fluorescência e grupo de pacientes submetidos a microcirurgia apenas com luz branca; 2) avaliação e monitoramento de recidiva tumoral por meio de biomarcadores teciduais e plasmáticos em amostras provenientes das cirurgias.
O uso de fluoresceína intra-operatória no tratamento de lesões vasculares intracranianas
Nas cirurgias vasculares, a confirmação da obliteração completa dos aneurismas cerebrais e malformações arteriovenosa é essencial, bem como a patência dos pequenos vasos associados a estas lesões. Sendo assim, como monitorização intra-operatória, vários recursos foram desenvolvidos como a visualização endoscópica, doppler microvascular, angiografia convencional per-operatória ou o uso da videoangiografia com indocianina verde.
O uso de fluoresceína integrada ao microscópio cirúrgico é o método mais recente para a monitorização intra-operatória no tratamento de lesões vasculares com o objetivo de aumentar as taxas de sucesso e diminuir as complicações devido a oclusão acidental de vasos perfurantes (pequenos vasos).
Sendo assim, este projeto visa demonstrar a eficácia do uso da fluoresceína acoplada ao microscópio cirúrgico no tratamento de malformações arteriovenosas e aneurismas cerebrais.
Biópsia estereotáxica assistida por Fluorescência
Os pacientes com lesões intracranianas sem indicação de ressecção cirúrgica, a biópsia guiada por estereotaxia permanece como o principal procedimento para o diagnóstico, pois na maioria dos casos a correlação clínica radiológica é insuficiente para definição do tratamento. Com isto, o diagnóstico histopatológico é fundamental no manejo destes pacientes.
As complicações fatais não são comuns, e geralmente estão relacionadas a hemorragia intracraniana. A hemorragia intracraniana pode depender de vários fatores, incluindo vascularização do tumor e características clínicas do paciente, mas também está relacionada ao número de trajetos realizados e reoperações. A biópsia é inconclusiva em 2 a 10% dos casos; nestes, na maioria das vezes a biópsia deve ser repetida.
Sendo assim, recentemente novos métodos intra-operatórios estão se desenvolvendo para aumentar a taxa de diagnóstico e reduzir as complicações.
O uso da tecnologia baseada em fluorescência (5-aminolevulínico [5-ALA] e Fluoresceína [FL]) representam uma metodologia muito promissora neste campo. Sendo assim, este trabalho visa avaliar o uso da fluorescência para auxiliar e otimizar a taxa de diagnóstico em biópsias estereotáxicas.
Monitorização intra-operatória da Endarterectomia carotídea com fluoresceína acoplada ao microscópio cirúrgico.
A Endarterectomia de carótida é o procedimento de escolha para o tratamento da estenose grave de carótida sintomática e assintomática. Ela diminui o risco de acidente vascular encefálico isquêmico e a mortalidade global nestes pacientes.
No entanto, taxas de estenose residual têm sido demonstrada em 4% a 22% dos casos. Nos casos com estenose residual acima de 75%, há um risco alto de acidente vascular cerebral. Sendo assim, alguns autores advogam a realização do doppler de carótidas com 1 a 2 meses de pós-operatório, para identificar os casos com estenose crítica residual.
Uma baixa morbimortalidade per-operatória e uma baixa incidência de estenose recorrente são essenciais para o sucesso da endarterectomia, que é obtido apenas com uma técnica perfeita de reparo da artéria. Desta forma, alguns autores advogam a monitorização per operatória para maximizar a qualidade da arteriorrafia na endarterectomia e evitar estenose residual. Vários métodos têm sido descritos na literatura como doppler e angiografia.
Este estudo tem como objetivo demonstrar a eficácia da fluoresceína aclopada ao microscópio cirúrgico com objetivo de avaliar a qualidade da endarterectomia carotídea no per-operatório