Pesquisa e Projetos

Fluoresceína Sódica

Utilização da Fluoresceína Sódica na Ressecção Cirúrgica de Tumores Gliais Malignos e Caracterização de Biomarcadores Celulares e Moleculares na Avaliação da Recidiva da Doença: Inserção de Novas Tecnologias em Neuro-Oncologia.

​​Os tumores gliais de alto grau são muito complexos, altamente agressivos e invasivos. Apresentam uma grande heterogeneidade celular e molecular e alta taxa de recidiva e mortalidade. Apesar dos avanços nas terapias adjuvantes no tratamento dos gliomas malignos cerebrais, a cirurgia permanece sendo o principal pilar terapêutico. Um desafio nesses casos é a ressecção tumoral total devido à dificuldade de definição das margens do tumor no intraoperatório.

A utilização de fluorescência com microscópios modificados busca melhorar a identificação destes limites e com isso otimizar sua ressecção.

Outro fator importante na recidiva tumoral, além da ressecção, é a assinatura molecular da célula, pois está pode definir um padrão mais agressivo ou mais brando de multiplicação celular, bem como seu perfil de invasibilidade e heterogeneidade intratumoral.

Visto isto, o presente projeto tem como principais objetivos: 1) comparar o grau de ressecção de gliomas de alto grau entre grupo de pacientes submetidos a microcirurgia guiada por luz branca e fluorescência e grupo de pacientes submetidos a microcirurgia apenas com luz branca; 2) avaliação e monitoramento de recidiva tumoral por meio de biomarcadores teciduais e plasmáticos em amostras provenientes das cirurgias.

Biomarcação de Hemorragia em Cavernoma Cerebral

Através da Santa Casa BH faço parte de um estudo internacional de Biomarcação de Hemorragia em Cavernoma Cerebral, realizado em parceria com o INSTITUTO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL ALIANÇA CAVERNOMA BRASIL.

Esse estudo, iniciado em 2020, tem como propósito estabelecer um teste laboratorial que poderá determinar se o paciente portador de cavernoma cerebral terá maior ou menor chance de apresentar Acidente Vascular Cerebral hemorrágico, no futuro. A pesquisa ainda está em andamento, mas já vislumbramos resultados promissores. Através de uma amostra de sangue, poderemos identificar biomarcadores que vão sinalizar que tem maior probabilidade de ter o problema.

Saiba mais sobre esse estudo: https://www.cavernoma.org.br/atualidades/projeto-de-pesquisa-multicentrico

O uso de fluoresceína intra-operatória no tratamento de lesões vasculares intracranianas

​​Nas cirurgias vasculares, a confirmação da obliteração completa dos aneurismas cerebrais e malformações arteriovenosa é essencial, bem como a patência dos pequenos vasos associados a estas lesões. Sendo assim, como monitorização intra-operatória, vários recursos foram desenvolvidos como a visualização endoscópica, doppler microvascular, angiografia convencional per-operatória ou o uso da videoangiografia com indocianina verde.

O uso de fluoresceína integrada ao microscópio cirúrgico é o método mais recente para a monitorização intra-operatória no tratamento de lesões vasculares com o objetivo de aumentar as taxas de sucesso e diminuir as complicações devido a oclusão acidental de vasos perfurantes (pequenos vasos).

Sendo assim, este projeto visa demonstrar a eficácia do uso da fluoresceína acoplada ao microscópio cirúrgico no tratamento de malformações arteriovenosas e aneurismas cerebrais.

Biópsia estereotáxica assistida por Fluorescência

Os pacientes com lesões intracranianas sem indicação de ressecção cirúrgica, a biópsia guiada por estereotaxia permanece como o principal procedimento para o diagnóstico, pois na maioria dos casos a correlação clínica radiológica é insuficiente para definição do tratamento. Com isto, o diagnóstico histopatológico é fundamental no manejo destes pacientes.

As complicações fatais não são comuns, e geralmente estão relacionadas a hemorragia intracraniana. A hemorragia intracraniana pode depender de vários fatores, incluindo vascularização do tumor e características clínicas do paciente, mas também está relacionada ao número de trajetos realizados e reoperações. A biópsia é inconclusiva em 2 a 10% dos casos; nestes, na maioria das vezes a biópsia deve ser repetida.

Sendo assim, recentemente novos métodos intra-operatórios estão se desenvolvendo para aumentar a taxa de diagnóstico e reduzir as complicações.

O uso da tecnologia baseada em fluorescência (5-aminolevulínico [5-ALA] e Fluoresceína [FL]) representam uma metodologia muito promissora neste campo. Sendo assim, este trabalho visa avaliar o uso da fluorescência para auxiliar e otimizar a taxa de diagnóstico em biópsias estereotáxicas.

Monitorização intra-operatória da Endarterectomia carotídea com fluoresceína acoplada ao microscópio cirúrgico.

A Endarterectomia de carótida é o procedimento de escolha para o tratamento da estenose grave de carótida sintomática e assintomática. Ela diminui o risco de acidente vascular encefálico isquêmico e a mortalidade global nestes pacientes.

No entanto, taxas de estenose residual têm sido demonstrada em 4% a 22% dos casos. Nos casos com estenose residual acima de 75%, há um risco alto de acidente vascular cerebral. Sendo assim, alguns autores advogam a realização do doppler de carótidas com 1 a 2 meses de pós-operatório, para identificar os casos com estenose crítica residual.

Uma baixa morbimortalidade per-operatória e uma baixa incidência de estenose recorrente são essenciais para o sucesso da endarterectomia, que é obtido apenas com uma técnica perfeita de reparo da artéria. Desta forma, alguns autores advogam a monitorização per operatória para maximizar a qualidade da arteriorrafia na endarterectomia e evitar estenose residual. Vários métodos têm sido descritos na literatura como doppler e angiografia.

Este estudo tem como objetivo demonstrar a eficácia da fluoresceína aclopada ao microscópio cirúrgico com objetivo de avaliar a qualidade da endarterectomia carotídea no per-operatório