Infelizmente, o meningioma, um tumor primário do sistema nervoso central, pode reaparecer depois do tratamento cirúrgico e do procedimento com radiação.

Quando isso acontece, em até 20% dos casos, faltam recursos terapêuticos para o paciente. Assim, o quadro pode evoluir para uma incapacidade ou até mesmo levar a óbito.

A boa notícia é que uma equipe de pesquisadores dos Estados Unidos estão avaliando uma droga que pode ajudar a mudar esse cenário, o que nos dá uma ponta de esperança.
O que é um meningioma
Esse tipo de tumor surge de uma camada de tecido (as meninges) que cobre o cérebro e a coluna vertebral. Ele cresce na superfície do cérebro ou medula espinhal e, por sua vez, empurra o cérebro ou medula. A maioria é considerada “benigna”, uma vez que cresce lentamente com baixo potencial de propagação.

Os sintomas podem incluir dor de cabeça que persiste por muito tempo, fraqueza, paralisia, redução do campo visual e problemas de fala.

Droga se mostra eficaz para interromper crescimento de meningioma

Os pesquisadores da Northwestern Medicine realizaram testes com camundongos e voluntários com o propósito de inibir o crescimento dos meningiomas mais agressivos. A droga utilizada tem como função inibir o ciclo celular. Ao bloquear o ciclo de divisão celular, ela também impede o avanço do tumor.

Para fazer isso, os cientistas buscaram mudanças moleculares do meningioma, de forma a entender o que impulsionava o crescimento desse tipo de tumor. Então, eles analisaram os perfis de metilação de DNA e do sequenciamento de RNA de 565 amostras de meningiomas.

Os estudiosos chegaram a genes que são expressos pelo tumor e o nível de expressão deles, o que evidencia uma assinatura do DNA. Após, os tumores foram classificados em três grupos, considerando sua biologia.

Sabendo disso, para cada grupo, os cientistas, com o apoio Universidade da Califórnia, São Francisco e da Universidade de Hong Kong, perceberam um mecanismo biológico distinto que promovia o crescimento dos tumores, com cada grupo apresentando um resultado clínico diferente.

Em resumo, o uso da droga fez com que as cobaias vivessem mais tempo e seus tumores não crescessem tão rápido. A abordagem também foi testada em alguns voluntários, com resultados parecidos: os tumores reduziram de tamanho e os sintomas amenizaram.

Os resultados, publicados na revista Nature Genetics, mostram que a abordagem deve ser considerada para ensaios clínicos.